07 Fevereiro 2011
No início de fevereiro, de São Paulo, o cineasta catarinense Sylvio Back enviou correspondência aos historiadores que contribuíram para o seu mais recente empreendimento, o longa metragem “O Contestado – Restos Mortais”, concluído no ano passado. Com o testemunho de trinta médiuns em transe, articulado ao memorial sobrevivente e à polêmica com especialistas, filme é o resgate mítico da chamada Guerra do Contestado (1912-1916). Envolvendo milhares de civis e militares, o sangrento episódio conflagrou Paraná e Santa Catarina por questões de fronteira e disputa de terras, mesclado à eclosão de um surto mes¬siânico de grandes proporções.
O historiador Nilson Thomé recebeu esta missiva:
“Estimados amigos e colaboradores de "O Contestado - Restos Mortais". Imagino o quão cada um em particular deve estar entre ansioso e curioso para ver-se e ouvir-se no nosso filme, mais de dois anos depois da entrevista.
Mas, infelizmente, o mercado exibidor brasileiro é sumamente perverso, exige tempo e investimentos que parecem com o início da produção, é como se fora realizar o filme de novo. Em se tratando de uma obra que foge aos padrões do puro entretenimento, as dificuldades para conseguir uma tela chega às raias do surrealismo, ainda que feito para ser visto em todas as mídias, a começar pelos cinemas, fechando com TVs, DVD e Internet.
Esta mensagem é justamente para dar conta que, acima de nossas forças como produtor, portanto tão ansioso quanto vocês, ainda estamos às voltas com a entrada de recursos para poder desencadear tanto as pré-estreias em Florianópolis e Curitiba (para as quais, todos serão os convidados de honra), como, logo após, o lançamento em grande estilo do doc no circuito nacional de cinemas, aí incluídas cidades da região do Contestado.
Assim, lhes peço mais algumas semanas de paciência e compreensão. Podem ter certeza que "O Contestado - Restos Mortais", como provam as honrosas seleções para os festivais É Tudo Verdade, Gramado e Cuiabá, e a fortuna crítica já angariada, será um acontecimento ímpar no cenário do documentário brasileiro, graças à sua polifonia, pertinência político-ideológica e atualidade, fruto de seus inestimáveis depoimentos e expertise no tema e na História e do Brasil.
Abraços, Sylvio Back”
O CONTESTADO – RESTOS MORTAIS (REDUX) (2010)
(Digital, Cor/PB, 118 min.)
A versão original de 156 min. será lançada em DVD.
Ficha técnica
Equipe:
Fotografia e câmara: Antonio Luiz Mendes
Diretor assistente: Zeca Pires
Som-direto: Juarez Dagoberto
Montagem/edição: Sylvio Back/PH Souza
Abertura/efeitos visuais: Fernando Pimenta
Produção: PH Souza
Produção executiva: Margit Richter
Produção: Usina de Kyno/Anjo Azul Filmes
Pesquisas, roteiro e direção: Sylvio Back
Apoio:
Governo do Paraná - Secretaria de Estado da Cultura
Governo de Santa Catarina - Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte
Universidade Federal de Santa Catarina - (FAPEU-UFSC)
Patrocínio:
Companhia Paranaense de Energia Elétrica (COPEL)
Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR)
Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC)
Audiovisual:
Agência Nacional do Cinema (ANCINE)
O Diretor
Sylvio Back é cineasta, poeta, roteirista e escritor. Filho de imigrantes hún¬garo e alemã é natural de Blumenau (SC). Ex-jornalista e crí¬tico de cinema, au¬todidata, inicia-se na direção cinematográfica em 1962, tendo escrito, dirigido e produzido até hoje trinta e sete filmes – entre curtas, médias e onze longas-metragens, esses, a saber: “Lance Maior” (1968), “A Guerra dos Pe¬lados” (1971), “Ale¬luia, Gretchen” (1976), “Revo¬lução de 30” (1980), “Repú¬blica Gua¬rani” (1982), “Guerra do Bra¬sil” (1987), “Rádio Auriverde” (1991), “Yndio do Brasil” (1995), “Cruz e Sousa – O Poeta do Des¬terro” (1999), “Lost Zweig” (2003), e “O Contestado – Restos Mortais” (2010). Com 72 láureas nacionais e internacionais, Back é um dos mais premiados cineastas do Brasil.
10 Janeiro 2011
Num total de 32 páginas, quase a metade da sua edição nº 26, a Revista “História Catarina”, de dezembro de 2010, publicou ampla reportagem sobre a centenária “Ferrovia do Contestado”.
Com a chamada “Olha o trem outra vez!” e sob os títulos “A epopéia da construção da São Paulo-Rio Grande no Território Contestado”, e “Depois de EFSPRG, a RVPSC no Território Contestado”, os dois textos sequenciais, de autoria do historiador catarinense Nilson Thomé, são acompanhados de farta ilustração, com mapas e fotos antigas e atuais.
A revista mensal “História Catarina”, no seu quinto ano de existência, dirigida pelo competente lageano Cláudio Rodrigues da Silveira, é o mais importante veículo de comunicação social voltado para a história catarinense em circulação no Estado. Com este trabalho, prestou relevante serviço de difusão desta estrada de ferro, que completou cem anos em dezembro de 2010.